Você já quis parar de comer, mas não conseguiu? Talvez você nem estivesse com fome, mas então alguém lhe ofereceu uma batata frita e de repente a caixa inteira acabou? Embora muitas vezes façamos piada sobre certos alimentos serem mais viciantes do que o crack, isso não está muito longe da verdade. O vício em comida é algo real.
O vício é definido como a repetição do mesmo comportamento para obter uma recompensa, independentemente das consequências. Como provavelmente todos nós aprendemos durante as palestras sobre o abuso de substâncias no ensino médio, as drogas são viciantes por natureza.
As drogas potencializam a ação da dopamina, um neurotransmissor envolvido no comportamento relacionado à recompensa. Em termos simples, quando usamos drogas, o aumento da ação da dopamina nos faz sentir bem. Isso recompensa o comportamento e nos torna mais propensos a repeti-lo.
Se esse ciclo continuar o suficiente, os níveis de dopamina em nosso cérebro começam a diminuir, exigindo uma quantidade ainda maior de medicamento para atingir o mesmo “pico”.
Então, o que isso tem a ver com comida? Comer alimentos geralmente é considerado uma atividade prazerosa e, na maioria dos indivíduos, o consumo de alimentos resulta na liberação de dopamina. No entanto, nem todos os alimentos são criados iguais em sua natureza viciante. Um estudo científico propôs que alimentos altamente processados podem ter semelhanças com certas drogas de abuso no que diz respeito à sua ação no corpo.
Este estudo entrevistou 120 estudantes universitários, perguntando-lhes sobre seus hábitos de consumo de determinados alimentos. Os pesquisadores então analisaram esses alimentos com base no conteúdo nutricional. Não surpreendentemente, chocolate, sorvete, batata frita, pizza e biscoitos estavam no topo da lista. Mas o que torna esses alimentos mais viciantes do que brócolis ou pepino? Gorduras processadas e açúcares refinados, que estão presentes em grandes quantidades.
A gordura e o açúcar agem pela mesma via de recompensa que as drogas comuns nas ruas, criando sentimentos de felicidade e euforia com a superalimentação de dopamina. Na verdade, vários estudos mostraram que o açúcar pode ser mais viciante do que a cocaína.
Embora a maioria de nós possa se dar ao luxo sem exagerar, as diferenças individuais no caminho da recompensa também podem predispor alguns ao vício em comida. E a lista cada vez maior de alimentos com adição de açúcar não está ajudando.
Da próxima vez que alguém lhe oferecer um biscoito crack, não há problema em resistir à pressão dos colegas e “apenas dizer não”.
